Festival Afeganistão: O Caçador de Pipas
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Essa semana terminei de ler O Silêncio das Montanhas, terceiro livro de Khaled Housseini. Então percebi que nunca falei no blog sobre as suas primeiras obras: O Caçador de Pipas e Cidade do Sol. Sendo assim, esse post e os próximos dois serão sobre o autor e suas obras.
Vamos começar com o primeiro, claro: O Caçador de Pipas.
Essa obra, de 2003 e que eu li faz um tempão, foi um marco para mim no sentido de que foi o primeiro livro que não era de autor brasileiro ou de autor americano que passou nas minhas mãos. Acho que eu era adolescente na época. No início fiquei toda “Ai, eu não quero ler livro sobre uma guerra que eu nem entendo direito”, mas meus pais me convenceram falando que era diferente, bem interessante, que abriria os meus horizontes e que não era sobre o conflito. E foi bem isso mesmo. Passei a ver o Afeganistão de maneira completamente diferente. Somos tão preconceituosos com outras culturas e nem percebemos.
A história do Caçador de Pipas, como de todos os livros de Khaled Housseini. é de apertar o coração com o tanto de sofrimento relatado. O enredo principal tem a ver com amizade, um amor que vai além do incondicional, pelo menos de um dos lados. Amir e Hassan são dois garotos que viviam no Afeganistão dos anos 1970, quando o país não passava tanto pelo caos das últimas décadas. Os meninos adoravam histórias de guerreiros, filmes de caubóis americanos e festivais de pipas.
Apesar de muito próximos, a vida dos dois garotos era completamente diferente. Amir era rico, bem nascido, estudou nas melhores escolas, mas era covarde e se aproveitava um pouquinho demais da bondade e força do amigo. Tudo o que mais queria era a aprovação do seu pai, mas era algo que parecia impossível. Já Hassan era humilde, não sabia nem ler e nem escrever, mas tinha o coração do tamanho do mundo. Além de ser destemido, sempre pronto para defender Amir.
Em 1975, algo ocorreu no festival de pipa e Amir teve a chance de ser um grande homem e salvar Hassan, mas não o fez. Logo depois, aconteceu no Afeganistão a invasão soviética, a família de Amir fugiu para os Estados Unidos e os dois meninos se separaram. Mas vinte anos depois, o destino dos dois foi entrelaçado novamente e Amir precisa agora voltar para Cabul para buscar redenção pelo passado vergonhoso.
O Caçador de Pipas é um livro emocionante, que em diversos momentos dá um nó na garganta e vontade de chorar (O que eu fiz em vários momentos, é claro). A relação de amizade entre Amir e Hassan não é algo que se vê todo dia. Você acaba envolvido na cumplicidade dos dois garotos, principalmente na de Hassan.
Khaled Housseini sabe como ser emocional sem ser brega. É tocante, quebrando até os corações mais de pedra. Esse é um dos maiores pontos fortes do autor. Em alguns momentos é extremamente detalhista. Em outros é bem resumido, quase que comentando o fato só porque precisava. E faz isso em momentos bem importantes. É um tipo interessante de escrita, que se repete nos seus três livros.
O Caçador de Pipas não é o meu livro preferidos entre os três porque eu não gostei do final. Lógico que não vou dizer os motivos, mas achei sem graça.
O filme sobre o livro, feito em 2007 pelo diretor Marc Foster (De Guerra Mundial Z e Redenção), é bem parecido com o livro e é bom. Só que o tipo de história de O Caçador de Pipas é mais do estilo que funciona melhor em livros do que na tela de cinema.
Recomendo.
E amanhã: Cidade do Sol.
Teca Machado
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