“The closer you look, the less you see” – Roubo e mágica em Truque de Mestre
Ouvi algumas pessoas falando que não gostaram do filme Truque de
Mestre. Estava doida para ver há meses e ontem finalmente fui ao cinema assistir.
Eu gostei bastante. Confesso que não é um filme que vai marcar a minha vida ou
me fazer lembrar para sempre, mas é divertido e corrido, fora que tem um final
surpreendente, como deveria ser um filme desse gênero: Um híbrido de roubo e
mágica.
Do diretor Louis Leterrier (Fúria de Titãs, O Incrível Hulk), Truque
de Mestre mostra os mágicos conhecidos como Quatro Cavaleiros: Daniel Atlas
(Jesse Eisenberg, de A Rede Social), um mestre com as cartas e control freak, Merritt McKinney (Woody
Harrelson, de Jogos Vorazes), um "mentalista" hipnotizador capaz de
adivinhar os segredos e os pensamentos, Henley Reeves, (Isla Fisher, de Os
Delírios de Consumo de Becky Bloom) escapista especializada em números
perigosos, e Jack Wilder (Dave Franco, de Meu Namorado é um Zumbi),
inicialmente mais batedor de carteiras e destruidor de fechaduras do que um mágico.
Antes artistas de rua e sem muito prestígio, eles foram selecionados
por alguém para se reunirem e juntos serem maiores. E os quatro se transformam
em verdadeiros showmans com truques inesquecíveis. A plateia, principalmente,
nunca esquece, pois nas apresentações eles realizam roubos e jogam o dinheiro
para o público. Isso sim é um roubo inteligente: Fazer na frente de todo mundo
e sem deixar pistas.
Quando chamam a atenção das autoridades, o agente especial Dylan
Rhodes (Mark Ruffalo, de Os Vingadores) do FBI pega o caso, auxiliado por Alma Dray (Mélanie Laurent, de Bastardos Inglórios),
uma detetive da Interpol. Ele, totalmente cético e lógico quando se trata de
mágica e ilusões. Ela, faz seu trabalho, mas se diverte com os truques.
O cético agente Dylan Rhodes
A dupla pede ajuda a Thaddeus Bradley (Morgan Freeman), um
ex-ilusionista que agora ganha dinheiro desmascarando truques de mágica. Um
Mister M, pode-se dizer. Apesar dos esforços coletivos, os Quatro Cavaleiros
parecem sempre estar um passo a frente.
O filme tem muita ação (Principalmente quando Jack Wilder – Dave Franco,
irmão de James Franco – está correndo da polícia. Pensa num rapaz rápido!). Mark
Rufallo disse numa entrevista que o filme provavelmente não tem nenhuma cena em
que a câmera está fixa. Ela está sempre se movimentando. Mas não chega a cansar
o espectador ou dar aquela sensação de no fim do filme você ter corrido junto
com os atores. Os truques de mágica também são muito legais. A pena é que não
foram feitos truques de verdade, é tudo efeito especial.
O ponto fraco do filme foi que a história dos personagens foi pouco
desenvolvida. Os Quatro Cavaleiros aparecem praticamente só no início ou quando
estão se apresentando. Não mostra a interação e relação entre eles e pouco se
sabe sobre cada um. Achei que eles foram pouco aproveitados pelo diretor, sendo
que todos são ótimos atores e podiam acrescentar muito para a história. O foco
está mais em Dylan, Alma e Thaddeus.
Já o ponto forte de Truque de Mestre é o final. Eu saquei o desfecho
só no finalzinho, segundos antes (E só porque eu tenho mania de ficar tentando
desvendar os mistérios antes da hora). É tudo tão sutil que é quase impossível
saber quem está por trás dos Quatro Cavaleiros. Eu achei sensacional (Mas vi
gente comentando que achou o final o pior. Bom, cada um tem uma opinião). Achei
um filme inteligente.
E não se esqueça: “The
closer you look, the less you see”.
Recomendo.
Teca Machado
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