Um tipo de J. R. R. Tolkien do século XXI


Terras longínquas, meio que Idade Média, lutas de espadas, escudos e exércitos, um mocinho que cai de paraquedas no meio da confusão, monstros estranhos que querem matar o protagonista, um vilão que governa tudo isso, espectros, elfos, anões, dragões... Oi, J. R. R. Tolkien! Você por aqui? Não, essa é a premissa de Eragon, de Christopher Paolini.


A fórmula do livro Eragon é uma velha conhecida. A trajetória lembra muito O Senhor dos Anéis, O Hobbit (Que eu comentei o filme aqui), As Crônicas de Nárnia (Que eu comentei aqui) e Star Wars (Tirando que era em outros planetas). Provavelmente o autor, que começou a escrever o livro aos 15 anos, foi altamente influenciado por tudo isso. Apesar de não ser muito original, Eragon é muito bom e divertido (Mas só para aqueles que gostam desse tipo de ficção).

Há alguns milênios, para acalmar as Alagaësia (Um continente/mundo/país), elfos, dragões e anões fazem um pacto para viver sem guerras. Para manter a ordem, criam os Cavaleiros dos Dragões, um grupo formado por dragões e homens éticos, bons, poderosos e justos que zelam pela paz. Mas Galbatorix, um jovem Cavaleiro, trai a confiança de todos, mata os companheiros e seus dragões e se autoproclama rei de toda Alagaësia. Apoderando-se dos últimos três ovos de dragão existentes, ele espera que choquem e ele comande um novo exército ainda mais invencível.

Séculos se passam e um dos ovos é roubado pelos Varden, uma espécie de libertários revolucionários contra o império. Por forças do destino, ele vai parar nas mãos de Eragon, um pobre órfão que vive numa espécie de campo afastado de todos os grandes centros da Alagaësia. Quando o ovo se choca, Eragon dá de cara com um dragão filhote com quem se comunica mentalmente. Ele a chama de Saphira. Nasce daí uma amizade e cumplicidade entre os dois. As conversas deles são íntimas, profundas e divertidas. Uma das melhores coisas do livro. O autor soube criar um relacionamento crível entre eles, apesar das espécies diferentes. Assim, mesmo sem querer, o rapaz se torna um Cavaleiro do Dragão, o primeiro em centenas de anos, e se torna a esperança de todos.

Esse é o Christopher Paolini

Com Galbatorix e seu exército em seu encalço para trazê-lo para o seu lado, Eragon e Saphira começam uma fuga alucinada por toda Alagaësia. Junta-se a eles Brom, um velho e sábio contador de histórias da vila de Eragon que é muito mais do que aparenta ser.

Querendo vingar a morte da sua família e salvar o povo do tirano Galbatorix, Eragon se vê entre o império e os Varden e precisa decidir o que fazer. Todos os lados têm prós e contras e a decisão do jovem pode mudar a história de toda Alagaësia.

Mesmo o livro sendo grosso, mais de 400 páginas, eu li relativamente rápido. A leitura flui e é fácil, apesar das milhares de reviravoltas e histórias entrecruzadas. Christopher Paolini amarrou bem o enredo e não ficou nada sem pelo menos um pouco de explicação.

Série de livros do Ciclo da Herança

Eragon peca um pouco na mega descrição de tudo. Até os relevos das pedras e das luminárias são citados. Bem no estilo de J. R. R. Tolkien mesmo. Ele até inventou uma língua para criar mais efeito, assim como o Élfico de O Senhor dos Anéis. O livro fala de muitas cidades e muitos lugares, então constantemente tive que voltar ao mapa no início para me situar.

Eragon é o primeiro livro da série Ciclo da Herança. Depois dele tem Eldest, Brisingr e Inheritance, fechando a saga. Lendo sobre eles na internet, muitas pessoas disseram que o primeiro é excelente e os outros não tanto, já algumas pessoas (Inclusive a Larissa, minha amiga que me deu Eragon de presente) amaram todos os quatro livros. Enfim, é uma questão de gosto mesmo. Eu não posso afirmar porque só li Eragon ainda. Mas com certeza os próximos estão na minha lista de leitura. 

Eragon foi transformado em filme em 2006. Sorte que eu nunca tinha assistido, assim não estragou a graça do livro. Agora posso ver e depois contar para vocês como foi.


Recomendo.

Teca Machado

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