Um excelente fracasso de bilheteria: John Carter – Entre Dois Mundos
Detesto quando um filme bom vira um fracasso de bilheteria. Esse foi o caso de John Carter – Entre Dois Mundos, lançado ano passado. Na época que saiu no cinema, ninguém me falou “Eu gostei” ou “Eu não gostei”. Eu mesma não assisti, mas não tenho a mínima ideia do motivo, já que eu adoro esse tipo de história. Acho que simplesmente deixei passar. Então, pior do que ser criticado negativamente, é ser ignorado. Opinião, cada um tem a sua, mas não ser assistido, é o pior dos pesadelos para um estúdio. Foi o que aconteceu com esse filme. Uma pena, porque finalmente vi nesse final de semana e achei excelente.
Apesar de falar de outros mundos, máquinas voadoras muito tecnológicas e temas meio modernos, John Carter foi escrito em 1912 por Edgar Rice Burroughs, o mesmo autor de Tarzan. O nome original da obra é A Princesa de Marte (E eu fiquei interessadíssima em ler!).
A premissa de John Carter pode não parecer novidade. Mais um herói cabeludo, bonito, sarado, de tanguinha, que luta com vilões e monstros numa terra que não é sua, tudo para salvar uma mulher bonita, sarada e geralmente em uma sexy roupa de couro (O Príncipe da Pérsia, Avatar, 300, Gladiador, Conan, Fúria de Titãs...). Só que isso é bom. Grande parte dos espectadores gosta disso (Eu! Eu!). Mas o mais interessante é que provavelmente ele foi o precursor de todos esses heróis anteriores.
Taylor Kitsch, o novo John Carter
Então, o milionário John Carter (Taylor Kitsch, beeeem gatchenho e que interpretou o Gambit em X Men Origens: Wolverine) morreu. Antes de falecer, pediu para que chamassem o seu sobrinho Edgard Rice Burroughs (Sim, o autor da história. Ele é interpretado por Daryl Sabara, o ruivinho de Pequenos Espiões). Como herança, John Carter deixa tudo para o rapaz, inclusive um diário, onde conta o que aconteceu com ele 13 anos antes.
Pequenininho o bicho, né?
Naquele tempo, John Carter vivia na época da Guerra Civil americana. Ex-capitão do exército sulista, ele era meio que um fora da lei, que fugia das convenções sociais depois que passou por dramas familiares que o deixaram sem rumo e sem propósito. A procura de uma mina de ouro e fugindo de uma tribo indígena, acaba entrando numa caverna e dando de cara com um alienígena azulado e meio careca que o manda sem querer para Marte.
John Carter e Dejah Toris
Num mundo estranho, onde não consegue andar direito por causa da gravidade (As cenas mais engraçadas do filme são quando ele está reaprendendo a andar) e sem a mínima ideia do que fazer, ele se vê no meio de uma guerra entre os habitantes do planeta (São iguais a nós, mas com sangue azul e uma das raças tem a pele meio vermelha). Encontra também os Tharks, uns etês que também vivem lá. Muito altos, verdes e com quatro braços, tentam escravizar John.
Esse bichinho bônito é um Thark
Sem intenção nenhuma, o protagonista se envolve na batalha de Marte e salva a princesa Dejah Thoris (A curvilínea de olhos azuis brilhantes Lynn Collins). Ambos se aliam, juntamente com uma Thark e um bichinho que parece uma mistura de cachorro e sapo, para tentar acabar com a guerra e para o protagonista voltar para a Terra.
De tão feio é gracinha esse cachorro da guarda que parece um sapinho, lagarto e tubarão
Sem spoiler, é claro, mas o final desse filme é sensacional. Muito inteligente, do tipo que deixa você com o queixo caído pensando “Uau!”. Foi um dos melhores desfechos que já vi. O roteiro é bem amarrado, mas não explica bem algumas coisas, o que é normal é adaptações de livros. É bem corrido, de ação e engraçado.
A princesa de Marte é bem bonita
John Carter – Entre Dois Mundos é da Disney, mais precisamente da Pixar. Foi o primeiro filme do estúdio de animação que não foi desenho. Então, é óbvio que o nível técnico e de efeitos especiais é o mais alto possível. Apesar de ser grande parte feito por computação gráfica, não é exagerado e nem parece irreal, principalmente nas paisagens áridas de Marte. Assistir em 3D é uma experiência a parte. Se você tiver a oportunidade, faça isso.
De ação e divertidíssimo
Não sei porque o público não gostou do filme. Tudo bem que nem todo mundo aprecia ficção científica, mas John Carter – Entre Dois Mundos, é muito bom e divertido. Mas até entendo porque o filme deu prejuízo. O custo de produção foi de U$ 250 milhões, fora os U$ 100 milhões gastos com marketing e promoção. Ele arrecadou ao redor do mundo quase U$ 290 milhões, mas para dar lucro realmente, tinha que ter atingido no mínimo U$ 800 milhões, uma façanha e tanto. Infelizmente não foi o caso. Dizem que foi um dos maiores fracassos da história da Disney, tanto que isso causou o afastamento do chefe de estúdio.
Muitos querem uma sequência, mas por enquanto a Disney se recusa. Bom, o jeito é esperar e torcer para que ela mude de opinião.
Recomendo bastante.
Teca Machado
Assisti, AMEI o filme, comecei a pesquisar na Internet, e, assim como você, me assustei com o número de críticas negativas. Mas concordo com cada palavra que você escreveu.
ResponderExcluirAcabei de assistir, pela quarta vez, ao filme. Desde primeira vez eu gostei do enrredo do filme. Cenários deslumbrantes, o tema da viagem interplanetária, os personagens... Porém, percebi agora que é uma colcha de retalhos feitos às pressas. Várias sub estórias e personagens que foram explorados de forma superficial. Talvez se o filme fosse dividido em dois, o relato seria mais profundo e com o dinamismo coerente.
ExcluirGostei muito, ainda mais a visão futurista de Rice!
ResponderExcluirGostei muito, ainda mais a visão futurista de Rice!
ResponderExcluirEu arrisco dizer que o motivo do filme ser "estranho" pra mim é o tema que esbarra em viagens temporais por seres que manipulam fatos históricos pra manter uma espécie de equilíbrio no destino. Mesmo que isso inclua conspiração, e uma certa dose de estupidez por parte do vilão que parece ser muito "poderoso" pela vantagem que possui.
ResponderExcluirSe esse tropeço tivesse sido "adaptado" para melhor eu diria que o longa seria perfeito.
Pra finalizar abusaram de atributos autrista no protaginista e tudo parece favorece-lo, oque da um ar muito ingênuo a trama e por isso mesmo poderia ter custado menos.
Mas acabou não sendo nem uma coisa nem outra, tamanho investimento em uma história pueril, merecia mais camadas e talvez isso até desvirtuaria a intenção do público alvo.
Lamento também pelo fracasso.
Amei o filme já assisti várias vezes nunca canso de lhe podia ter a parte número 2
ResponderExcluirAssisti, amei, assisti de novo amei de novo, assisti inúmeras vezes, amo este filme e recomendo muito.
ResponderExcluirMerecia mais reconhecimento o filme é òtimo!!!!
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