Ao contrário do que a maioria das pessoas pensa, jornalismo não é apenas saber escrever e ler. Do mesmo modo, entrevistar não é um simples bater papo onde um pergunta e o outro responde. E quem fala sobre isso melhor do que ninguém é Barbara Walters, uma das maiores jornalistas de entrevistas no mundo.
Barbara Walters é considerada a entrevistadora mais brilhante dos EUA. Com um jeito sutil, mas ao mesmo tempo forte, ela consegue arrancar dos entrevistados informações e revelações que eles não tinham intenção nenhuma de revelar, pois não tem vergonha de perguntar nada. Com décadas de experiência no segmento, ela escreveu um livro chamado A Arte de Entrevistar, que além de ser autobiográfico, ensina os jovens jornalistas a irem bem em futuras entrevistas.
Barbara Walters nova na década de 1960
Mostrando um pouco da sua infância e do seu relacionamento com os pais e com a irmã deficiente, A Arte de Entrevistar conta como ela conseguiu se destacar na década de 1960 em um ambiente majoritariamente masculino que era o jornalismo. Ela é uma grande inspiração para as jornalistas do sexo feminino, pois foi a primeira mulher a ser âncora de um telejornal americano, foi a precursora em contratos milionários e defendeu muito que a mulher não precisa ser linda e parecer com modelo para trabalhar em televisão.
Barbara Walters hoje em dia. Você falaria que essa mulher tem 83 anos?
Em A Arte de Entrevistar, Barbara Walters abre a sua rotina diária ao longo dos anos nas diferentes emissoras. Mas o que eu mais gostei foi dos relatos das entrevistas. Basicamente toda pessoa importante e famosa do mundo ela entrevistou, de grandes autoridades a personalidades musicais. Até a finalização do livro, que é de 2009, ela havia entrevistado mais de 30 chefes de Estado, incluindo o recluso Fidel Castro, a primeira ministra britânica Margareth Thatcher, a primeira ministra indiana Indira Gandhi, o ditador líbio Muammar al-Gaddafi e todos os presidentes americanos desde Richard Nixon. Não é qualquer um que possui tanta influência assim.
Basicamente, cada capítulo conta de uma experiência que ela teve (Que foram muitas e ao redor de todo o mundo, o que não foi muito bom para a sua vida pessoal).
Barbara Walters com Audrey Hepburn e Arnold Schwarzenegger
Apesar de meio grosso (São 400 páginas), a leitura é bem rápida, pois as letras são grandes e a linguagem bem simples. Barbara Walter escreve como se estivesse fazendo uma carta para algum amigo, pois abre o seu coração e se torna bem íntima do leitor. Você sente como se ela realmente estivesse falando com você. Diferente das últimas décadas quando foi a entrevistadora, é quase como se ela fosse a entrevistada.
No meio do livro há algumas páginas com fotos em preto e branco da vida de Barbara Walters. Ela na infância, com os pais, com a filha, com algumas das pessoas que entrevistou e com amigos. É possível acompanhar toda a sua trajetória.
Sendo selvagem com Sylvester Stallone
Ela é uma jornalista e recomendo que todos os jornalistas, veteranos ou novos, leiam A Arte de Entrevistar. Mas também recomendo que pessoas de qualquer profissão o leiam, pois é extremamente interessante e passa por momentos e pessoas muito importantes da história mundial. Garanto que não será perda de tempo.
Foto clássica com o Dalai Lama
Aos 83 anos (Não parece nunca! Ela é super bem conservada), Barbara Walters ainda trabalha no ramo e é muito ativa.
Teca Machado
Sempre leio seus textos quando há tempo e esse foi um ótimo post, Teca!
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