Argo – Excelente surpresa cinematográfica


Sabe quando você vai ao cinema mais por ir mesmo? O filme não te atrai, mas a companhia é boa, vai ter pipoca, chocolate e sala de cinema é sempre um local agradável, então acaba indo. Sábado isso aconteceu comigo. Fui assistir Argo. Já tinha visto o trailer, mas, tudo o que ele me fez pensar foi “ah...”. Guerra, política, Irã, confusão, terrorismo, blá, blá, blá. Como não tinha nada mais interessante passando (E eu já tinha assistido Amanhecer – Parte 2, haha), fui de bom grado, mas sem expectativas. Agora, tudo o que eu penso é: Ainda bem que eu fui. Argo é excelente.


Um dos motivos que me levou a não querer muito assistir Argo foi que era com o Ben Affleck. Nada contra. Mas também nada muito a favor. Só que depois desse filme, vejo-o com outros olhos. Ok, Ben Affleck pode não ser um ótimo ator, mas dá para o gasto. Melhorou muito desde que começou a aparecer. Só que ele é um tremendo diretor. Argo foi seu terceiro filme na direção e isso mostra que quanto mais fizer isso, mais consagrado será. Palmas para ele!

Ben Affleck como Tony Mendes.

A história de Argo é real, o que faz com que a gente goste ainda mais do filme. No início, a narradora contextualiza o momento político para o espectador. Os EUA deram asilo para um xá do Irã que maltratou o seu povo e que estava doente. Então, os iranianos ficaram MUITO bravos e atacaram a embaixada americana. Fizeram os funcionários de reféns. Só libertariam quando os EUA “devolvessem” o xá. Só que, pouco antes do ataque, seis deles fugiram numa passagem secreta e foram para casa do cônsul canadense, onde ficaram escondidos.

Enquanto bola o plano mirabolante de exfiltração.

Como eles não eram reféns, e sim fugitivos, os iranianos queriam matar os seis de qualquer jeito. Os reféns estavam “a salvo” por um tempo porque eram moeda de troca. Os seis não. A CIA, sabendo disso, chamou o especialista em exfiltração (Quem salva as pessoas de locais perigosos e de guerra) Tony Mendes (Ben Affleck, em uma boa interpretação – quem diria!) para bolar um plano de retirada. E é aí que entra a graça de Argo. A solução criada por ele foi fazer um filme falso, visitar o Irã em busca de locação e fingir que todos são da equipe de produção (Calma, não é spoiler! Isso fala no trailer e na sinopse).

Mendes no mercado de Teerã "procurando locações".

Mendes se alia a John Chambers, que foi vencedor do Oscar de 1969 por Melhor Maquiagem em O Planeta dos Macacos (Ótimamente interpretado por John Goodman, o eterno Fred Flintstone), e ao produtor Lester Siegel (O também excelente Alan Arkin), os únicos dois civis que sabem da farsa. Assim, eles começam a produzir de verdade um filme de mentira. De tão mirabolante, era quase certo que o plano fracassasse. Mas, de tão mirabolante, havia muitas chances de que desse certo. E esse era o argumento de Mendes.

Mendes explicando para os fugitivos o que precisavam fazer.

O roteiro é bem amarrado e deixa o espectador tenso. Enquanto ficam reclusos na casa do cônsul canadense, os fugitivos vão ficando cada dia mais estressados e seus dramas pessoais ficam mais acentuados. Eles se perguntam como confiar num estranho, com um plano que tem tudo para dar errado, mas quer salvá-los? É doloroso de se ver. O legal é que no final do filme mostram a foto das pessoas reais em comparação aos atores. Fizeram o figurino e a maquiagem quase idênticos. É impressionante.

O Mendes de verdade (atualmente) e Ben Affleck interpretando o papel dele na década de 1980.

Como a história é real, você sabe que nem tudo são flores e que nem sempre “o bem vence”. Eu prendia a respiração em alguns momentos e torcia de todo o meu coração que desse tudo certo. Ben Affleck, como diretor, soube utilizar bem esses recursos de tensão, juntamente com drama, um quê de comédia e uma trilha sonora de dar nos nervos.

Depois de Argo, nunca mais vou falar mal de Ben Affleck, que subiu consideravelmente no meu conceito. Acho que esse filme merecia alguns Oscars em 2013.

Recomendo.

Teca Machado

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