Inebriantemente romântico – Don Juan DeMarco
O Johnny Depp é tão estranhamente charmoso e divertido que não tem como não gostar dele. Até mesmo com delineador, como Capitão Jack Sparrow, esquisito, como o Chapeleiro Maluco, ou pálido, como Edward Mãos de Tesoura, ele exerce um fascínio sobre nós, meros mortais. Mas, para mim, os filmes que ele está “normal”, como Em Busca da Terra do Nunca e Chocolate, são os melhores. Mas, acredito que o filme com ele que é o meu preferido é Don Juan DeMarco.
Esse é um daqueles filmes que fazem você suspirar no final, sem ser melodramático ou pingando açúcar. Não é de mulherzinha, afinal, Don Juan alega ter dormido com mais de mil mulheres, então acho que os homens vão gostar.
Don Juan DeMarco conta a história de um jovem de 21 anos (Johnny Depp) que alega ser o personagem da literatura. Após tentar se matar porque perdeu o grande amor da sua vida, ele é encaminhado para o psiquiatra Jack Mickler (Marlon Brando). Como parte da terapia, o pretenso Don Juan DeMarco passa a contar sua história para o psiquiatra, o que é paradoxo, já que o enredo passa na realidade e o verdadeiro Don Juan viveu há séculos.
Marlon Brando e Johnny Depp em cena.
O diálogo entre os dois homens é muito interessante e até mesmo poético, mas, como eu disse lá no início, sem ser água com açúcar. É perspicaz, irônico e engraçado, ao mesmo tempo que romântico. Bom, só assistindo para entender.
A medida que o filme passa, o Dr. Jack Mickler passa a não mais querer saber se a história do rapaz é verdadeira ou não, apenas pega os seus ensinamentos e leva para a sua vida pessoal. Apesar de ter muito menos idade do que o psiquiatra, Don Juan DeMarco é muito mais sábio no quesito relacionamentos. Jack Mickler muda o seu comportamento em relação a esposa, Faye Dunaway, e percebe que sedução é algo que sempre deve estar presente, independente da idade.
Depp como Don Juan.
Seria um crime falar desse filme sem citar a trilha sonora. “Have you ever really loved a woman”, de Brian Adams, encaixou tão perfeitamente em Don Juan DeMarco que é impossível não associar os dois eternamente. Tanto que o longa concorreu ao Oscar de melhor canção original (E eu acho um absurdo não ter ganho!). Essa música é tocada o filme todo nos mais diferentes arranjos, então você não enjoa: Fica apaixonado por ela. Eu lembro que quando eu assisti pela primeira vez, há uns 10 anos, ela tocava no menu do DVD. E como ainda não tinha toda essa coisa de MP3 e eu não tinha o CD, deixava o menu parado e a música tocando durante horas. Até que o meu pai devolveu o DVD para a locadora e eu fiquei triste, haha.
Have you ever really loved a woman - Brian Adams
A escolha do elenco não podia ser melhor. Johnny Depp exerce um efeito inebriante nas mulheres, isso é fato, e é um ótimo ator. Então, ele convence totalmente como o homem que mais “pegou” mulheres na história do mundo (Tirando o Latino que, de acordo com ele mesmo, já dormiu com mais de mil mulheres também. Aham...). E Marlon Brando, que já está velho no filme, era o Don Juan por excelência nos seus tempos áureos. Quando jovem, era lindo, sedutor e carismático.
Marlon Brando quando jovem... Suspirou?
O espectador fica sem meio saber se o rapaz mentiu, se imaginou ou se realmente é Don Juan DeMarco. E essa é a graça do filme.
Recomendo.
Teca Machado
P.S.: Esse post é dedicado a Marcinha Lopes, que, em conversas pelo Facebook, me lembrou o quanto esse filme é deliciosamente bonito!
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