Convenhamos, me fazer chorar não é muito difícil. Costumo dizer que o meu canal lacrimal veio com defeito e as comportas nunca estão completamente fechadas. Então, um filme como Redenção é ÓBVIO que me faria chorar. Ainda mais porque ele é baseado em fatos reais.
Sam Childers (o camaleão Gerard Bulter capaz de fazer ação, comédia, musical, drama, romance) é um ex presidiário, traficante e usuário de drogas, que explora a esposa, maltrata a filha e tem um passado um tanto obscuro. Até que chega a um ponto da vida que o desespero bate à porta e ele tem um encontro com Deus.
Quando um missionário da África vai até a sua igreja falar sobre as obras de Deus no continente, Sam resolve que pode ajudar na construção de casas para os nativos e vai até lá. A dura realidade africana bate na sua cara. Ele vê o que o LRA, os rebeldes, e o Kony (Aquele mesmo do Kony 2012 que fez “sucesso” no início do ano) fazem com a população e com o país.
Sam Childers com as crianças do orfanato que ele criou.
Tocado pela crueldade que assola a região, seu objetivo de vida passa a ser ajudar crianças órfãs. Quer construir um orfanato e lhes dar um ambiente seguro em meio ao caos da guerra civil. Mas isso não é tão simples e a sua luta é diária, ainda mais porque ele mora metade do tempo nos EUA e metade no Sudão.
A causa é tão envolvente, que Sam acaba querendo salvar o mundo e se desespera quando não consegue. Ele deixa a família de lado para ajudar outras pessoas. O trecho da Bíblia “amai ao próximo como a ti mesmo” é tão intrínseco a ele que chega a incomodar.
Mas quem está pensando que ele é todo bonzinho, doce e maravilhoso só porque ajuda órfãos está completamente enganado. Ele é um homem bravo, que grita, berra, bate e mata se isso for necessário para salvar crianças das mãos da LRA. Na África, o chamam de Pastor Branco, Pastor Metralhadora (Machine Gun Preacher, que é até o título do filme em inglês) e Rambo do Sudão. Ele chega a ficar irado com Deus, porque acredita que até Ele se esqueceu daquela região do mundo. Sam surta quando parece que a sua luta é em vão. Enfim, ele é um homem normal. Com defeitos, com qualidades, com fraquezas e com pontos fortes.
O Rambo do Sudão, Pastor Metralhadora.
Algumas cenas de Redenção são realmente de fazer chorar. Me debulhei em lágrimas quando uma criança pisou em uma mina terrestre e quando uma garota que sofreu um ataque da LRA pergunta o que ela fez de errado para merecer aquilo.
O mais comovente é que esse tipo de coisa é real. O filme ultrapassa a barreira do cinema. Quando termina, o espectador fica com uma sensação de “Eu sou uma porcaria. Tenho tanto e não faço nada para ajudar”. A mentalidade muda.
O filme é muito bom. Confesso que a transição entre o Sam mau, o Sam bom e o Sam louco não é muito sutil. Num minuto ele é terrível, no outro já é extremamente bom e mudado e no seguinte já está surtando por causa das crianças. Esse ponto não foi muito bem trabalhado, mas isso não tira o brilho e a sensibilidade da história e da atuação de Gerard Butler.
Esse aí é o verdadeiro Sam Childers.
Redenção não é um blockbuster e nem um filme feito para arrecadar bilheteria mundo afora. Às vezes o seu ritmo é até um pouco lento. Com poucos efeitos especiais e elenco enxuto, ele mostra a verdade nua e crua (Juro que não foi trocadilho com o outro filme do Gerard Butler!) da realidade africana.
Para saber mais sobre o Sam Childers de verdade, ele tem um site. Dei uma olhada e tem a história dele, das crianças, mostra como ajudar e possui informações sobre o Sudão. Vale a pena dar uma conferida.
Recomendo.
Teca Machado
Hiê Marcela! Namastê! Parabéns pelo site. Sua resenha do filme foi tão bacana que agora vou ter assistir. rsrsrs Um beijo no teu coração e goooooood bye! JOHNNY MARCUS
ResponderExcluirComo conseguir, este livro em português?.
ResponderExcluirEu também quero saber , pra mim serve em português e espanhol. Ajuuudaaa
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