Amor e ódio eterno


Como quase toda menina, quando eu era criança, queria ser aeromoça e/ou professora. Depois mudei de ideia e enfiei na cabeça que queria ser jornalista (Tudo bem que de vez em quando mudava de ideia e queria virar atriz/modelo/cantora). Quando fiz inscrição para o vestibular, vi muitos amigos se descabelando escolhendo o que cursar. Para mim foi muito fácil. Sem nenhuma hesitação, marquei o X na bolinha que indicava Comunicação Social/Jornalismo.

Mais do que poder escrever, o jornalismo, na verdade a comunicação em geral, me apresentou uma vantagem muito grande em relação a outras profissões. Ele é tudo, menos rotineiro, menos chato. E eu detesto chatice e todos os dias serem iguais. Independente de trabalhar em TV, jornal, revista ou o que seja, eu sempre estaria fazendo entrevistas, conhecendo pessoas interessantes e indo para lugares diferentes (Nessa época eu não sabia da existência da assessoria de imprensa e seu dia-a-dia de escritório).

Trabalhando no Prêmio Top of Mind (Eu não trabalho em TV, mas finjo que é uma beleza)

Ser jornalista significava que eu não ficaria o tempo todo fechada numa sala olhando para a parede, como na maioria das outras profissões. Isso chamou a minha atenção. A verdade é que eu gosto de ser livre e me sentir livre (Talvez seja por isso que eu gosto de ler. Tem sensação mais libertadora do que ler e de repente estar em outro país, outro planeta ou em outra realidade?).

Como todo jornalista que se preze, eu falo mal da profissão, óbvio. Somos mal pagos, explorados e estressados. Eu até que não sou tudo isso porque dei sorte de arrumar empregos tranquilos. No momento sou jornalista da Revista RDM e dona de uma empresa de assessoria chamada Monerat Comunicação (Ai, gente! Virei empresária na semana passada! Olha que lindo!) contratada pelo Sicredi. 

Entrevistando um golfista e aprendendo a jogar (de salto alto!)

E, como todo jornalista, eu passo por umas situações engraçadas. Uma vez um velhinho de 80 (!!!) anos tentou me beijar, outra vez eu estava numa pauta, escrevia e olhava para baixo enquanto andava com o entrevistado e meti a cara numa placa de trânsito. Também fui ameaçada de processo pelo assessor de um figurão aí porque fiz uma simples pergunta. Joguei golfe de salto alto e andei num barquinho meio furado no rio Cuiabá. Viajei para o Rio de Janeiro e também para o meio do mato. Entrevistei o Bernardinho, aquele mesmo, da seleção de vôlei. Me estatelei no chão da redação VÁRIAS vezes, com direito a cadeira quebrada e sapato voando. Saí do carro da empresa, meu pé agarrou no cinto de segurança e eu caí de boca no asfalto na frente de todo mundo. E já arrumei uns fãs muito doidos (quase stalkers) no meio do caminho e um pedido de casamento de um quase desconhecido. Isso tudo em 4 anos e meio que eu trabalho na área.

Além das coisas engraçadas, tive momentos extremamente gratificantes. Quando o entrevistado vem falar que ele adorou a matéria que eu escrevi, não tem preço. Na vez que fiz a matéria com os meninos do Quake Red Alert, um trabalho tão sério e que salva vidas, que teve uma repercussão tão legal, me senti felicíssima. Fiz também uma matéria sobre amor com personagens com histórias tão lindas que emocionam e nunca vou esquecer. 

Entrevistei, tietei e não me envergonho por isso, haha.

Ser jornalista é amar e odiar o que se faz. É ter dias em que se pensa “Eu odeio essa porcaria de profissão! Por que eu não fiz direito ou medicina?”, mas cinco minutos depois entrevistar alguém que faz a diferença no mundo e pensar “Ainda bem que eu posso transmitir para as pessoas a notícia de que nem tudo está perdido nesse planeta”. 

Ser jornalista é ser feliz, ser estressado, ser ocupado. É morrer de orgulho de si mesmo quando seu nome está ali impresso na revista/jornal/créditos. É gostar de aprender um pouco sobre todos os assuntos possíveis e imagináveis e conhecer gente chata, gente louca e gente super legal. 

Na beira do rio Cuiabá com o meu bloquinho amor!

Jornalismo pode ser tudo, até algumas coisas ruins, mas não é chato. E, como eu disse lá em cima, de chatice eu quero distância.

Teca Machado

P.S.: Eu AMO jornalismo, mas quero dividir meu tempo entre isso e ser escritora, que também é meu sonho junto com jornalismo desde sempre.

2 comentários:

  1. O único ser mais inteligente que o homem é a mulher. Os que duvidam disto vêm em terceiro lugar. ( do livro Desaforismos de Georges Najjar Jr )

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  2. Que lindo Teca. Sempre que posso passo por aqui. :) É como uma viagem no tempo, parece que eu vejo sua letra escrita em um papel, como nos tempos do patronato. Sucesso. Ana Paula Ferraz.

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