O que era aquele cabelo? - Valente
Quem me conhece, sabe que eu tenho síndrome de princesa Disney. Fazer o que se eu fui criada acreditando em contos de fadas, príncipe encantado e todas essas coisas frufrus de menininha? Enfim, já que eu me acho a última princesa da realeza, nada mais natural do que adorar filmes do gênero. E é por isso que eu já assisti a todos criados pela humanidade, até mesmo Valente, da Disney e da Pixar, que estreou nos cinemas no último dia 20.
Valente, ao contrário da maioria dos contos de fadas transformada em filmes, não é baseado em alguma lenda ou em contos dos irmãos Grimm. Ele foi criado pelos estúdios e demorou seis anos para ficar pronto.
Na maioria das histórias de princesas, elas são lindas, meigas, dóceis, falam cantando, os animais as rodeiam, o príncipe se apaixona à primeira vista e tem a bruxa má. Isso acontece porque foram todos feitos em uma época que a mulher tinha que ser impecável e submissa, o que não acontece mais, nem com as princesas. E os filmes seguem essa tendência moderna.
Merida, a protagonista de Valente (assim como a Rapunzel, de Enrolados) não segue bem essa linha antiga. Para começar, ela não é toda perfeitinha, arrumada e com os penteados impecáveis. O seu volumoso cabelo ruivo tem a mesma personalidade da sua dona, um espírito livre que não gosta de ser contido. E, fora isso, é um conto de fadas que não tem príncipe. Aparecem três pretendentes para casar com Merida, mas, não sei qual deles é o pior.
A princesa de Danbrock (o que, pelas paisagens e figurino, acredito ser na Escócia) é um tanto selvagem, foge das regras da realeza, tem opinião forte e enfrenta homens. Mas, é forçada pela mãe, a rainha Elinor, a ser a princesa ideal. É obrigada a ter etiqueta, estudar, aprender a tocar instrumentos e cantar, sentar da maneira correta e todas essas coisas chatas. Até que a rainha resolve realizar um torneio para dar a mão da princesa em casamento, o que a deixa furiosa. Enquanto foge do castelo para espairecer, ela encontra uma bruxa (que não é má, é engraçada) que a dá uma poção para “mudar o seu destino”. Sem pensar nas consequências, Merida a entrega para a mãe e tudo muda a vida das duas, principalmente a relação que tem uma com a outra.
Eu gostei bastante do filme. É engraçado, principalmente quando aparece o Rei Fergus, os trigêmeos irmãos de Merida e os lordes dos outros condados. Os três menininhos são os maiores furacões que eu já vi. Fazem meu primo, que era o terror das festinhas, parecer um anjo. E o rei é todo grandão, engraçado, carinhoso e meio tarado (Gente, ele dá um tapa no traseiro da rainha! Isso porque o filme é para criança).
Valente é tudo o que pode se esperar de um filme Pixar e Disney. Efeitos especiais como nunca vistos, uma história gracinha com toques de humor e que de vez em quando faz querer chorar. As paisagens do filme são tão lindas que até emocionam. As florestas, principalmente, são coisa de outro mundo. E o 3D não é do tipo que joga objetos e personagens na cara do espectador, e sim de profundidade. Mas o cabelo de Merida deve ter dado um trabalho absurdo para os animadores. Quem vir o filme vai entender o motivo.
Enfim, é um ótimo desenho e é para todas as idades, não só para crianças. Não há como ser ruim quando o assunto é Pixar (A Disney já não tanto...)
Recomendo.
Teca Machado
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