Loucura e mundo real se misturam a grandes atuações


Eu O-D-E-I-O (assim mesmo, com letras maiúsculas e separadas) filme de terror. Se for filme de crianças mortas/espíritos, me apavora tanto que eu passo 3 noites sem dormir e 10 anos com medo (Assisti O Chamado em 2002 e até hoje tenho HORROR àquela menina que saí do poço). Mas, eu amo suspense, principalmente policial. Se forem daqueles que faltam cinco minutos para acabar e você não tem a mínima ideia de como vai ser o desfecho, melhor ainda. Histórias assim desafiam a nossa inteligência. E eu adoro tentar adivinhar o mistério. É por isso que eu gosto tanto da Ilha do Medo, do sempre sensacional diretor Martin Scorsese.


Para começar, é com o Leonardo DiCaprio. Gosto muito dele. Ele é um ator excepcional que se livrou do “karma” que é ser bonito em Hollywood. Certa vez vi uma entrevista com ele afirmando que depois de um tempo de carreira, chegou a um ponto que precisou escolher entre ser o galã bonitão que faz apenas filmes leves, de romance e comédia romântica ou deixar para trás esse lado bonito e ser um ator intenso, profundo e sem vaidade. Ele preferiu ser um ótimo ator. Bom para a gente. Não sei como ele ainda não ganhou um Oscar.

A Ilha do Medo passa no ano de 1954. Dois agentes federais, Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio em uma das suas melhores atuações) e Chuck Aule (o sempre bom Mark Rufallo) são enviados à prisão psiquiátrica Shutter Island Ashecliffe Hospital para investigar o desaparecimento de uma das pacientes/prisioneiras. Trata-se de Rachel Solando, uma mulher perturbada que afogou os três filhos em um lago e que mesmo assim ainda acredita que eles estão vivos. Teddy Daniels conta ao parceiro que quis aceitar o caso porque no local está preso Andrew Laeddis, o homem que matou a sua esposa (Michelle Willians, que precisa de um pouco de tempero) e quer acertar as contas com ele.

Após um tornado assolar a ilha na qual se encontra a prisão/hospital e deixar todos sem comunicação com o mundo exterior, os dois agentes federais ficam isolados no local e começam a achar que tudo está estranho. Tanto pacientes quanto agentes prisionais, médicos e enfermeiras parecem estar escondendo algo o tempo todo e ficam temerosos na presença dos agentes. Os dois também acreditam que procedimentos cirúrgicos ilegais (entre eles a lobotomia) são realizados ali e começam a investigar o caso.

Ator e diretor trabalharam juntos pela quarta vez em Ilha do Medo

O clima de loucura dos pacientes parece contagiar os agentes, principalmente o personagem do Leonardo DiCaprio. Realidade e imaginação se mesclam e o espectador, assim como Teddy Daniels, não sabe no que acreditar até os minutos finais do filme. Os sonhos e alucinações são com cores fortes e o mundo real sombrio, escuro e chuvoso.

É um filme excelente e que te deixa tenso, pois a mente das pessoas é um lugar estranho. Não estamos preparados para a loucura. 

Ótima história, direção impecável, atores excelentes e a fotografia totalmente de acordo com o tom do filme. Martin Scorsese acertou tudo em cheio.

Para mim, o final foi surpreendente. E olha que eu geralmente acerto a solução dos mistérios.

Recomendo.

Teca Machado

Um comentário:

  1. Realmente, cresci vendo O DiCaprio ser o galanzinho adolescente da meninaiada, sem perspectiva, sem muitos atrativos a não ser o rostinho bonito. Mordi minha lingua a ver ele em filmes como Diamante de Sangue e A origem, um cara que conseguiu se reinventar e na minha opinião humilde considero um dos melhores e mais versáteis atores da cena.

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