Algumas histórias aquecem o coração e nos enchem com uma sensação que eu só podemos descrever como aconchegante e esperança na humanidade. E é isso que eu sinto todas as vezes que assisto O Som do Coração.
É aquele tipo de filme que eu posso ter visto 27 vezes, mas que sempre que passa na televisão ou quando me sinto deprimida, assisto outra vez (e fico arrepiada e chorando como na primeira vez). Ainda mais porque para mim ele tem um significado especial.
Cartaz do filme. Em inglês o título é August Rush.
Se você é do tipo de cinéfilo que só gosta de filme de ação com explosão, correria, efeitos especiais e mulheres gostosas seminuas, pode parar por aqui. O Som do Coração é totalmente o contrário. É um filme mais lento, com o seu próprio ritmo, mas não é devagar, a ponto de dar sono.
Lançado em 2007, é um drama (sem ser meloso ou mulherzinha demais) que conta a história de Lyla Novacek (Keri Russel, um tanto sem sal...), uma violoncelista clássica que toca acompanhada por orquestras, e Louis Conelly (o charmosérrimo Jonathan Rhys Meyers), um roqueiro irlandês com uma vida meio louca e desregrada. O acaso e a paixão comum pela música os aproximam em uma noite estrelada em Nova York. Esse mesmo acaso faz com que eles se desencontrem no dia seguinte e percam o contato, apesar de que a noite juntos rendeu um filho, Evan Taylor (o sensacional e jovem Freddie Highmore). Nenhum dos dois sabe da existência do menino, que vai parar em um orfanato (Ok, eu sei que parece meio idiota a própria mãe não saber que é mãe e tem um filho, mas, vendo o filme, você entende o porquê disso).
Evan Taylor, que acaba adotando o nome artístico de August Rush, é um órfão que escuta música em tudo e todos e tem um talento natural para qualquer instrumento. O garoto acredita que isso é fruto da sua ligação genética com os pais, por isso quer tocar para o maior número de pessoas possível para que seus pais o escutem, saibam quem ele é e o acolham novamente.
Desprezado pelos outros meninos do orfanato, Taylor foge para Nova York para encontrar a sua família. Mas, ele acaba cruzando com o caminho de Mago (Robin Willians, indescritível e esquisito, como sempre), um agenciador de talentos de meninos da rua, que explora (no mau sentindo mesmo) o seu talento extraordinário. O garoto é tão genial que vai parar até em Julliard, a escola de música mais conceituada dos Estados Unidos.
Elenco nos intervalos das gravações
Muito bem amarrado, simples, bonito e tocante, O Som do Coração derrete qualquer coração duro como pedra e faz lágrimas rolarem pelo rosto sem você nem ao menos perceber até que elas já estejam lá. É do tipo de filme que você assiste em um dia frio, com uma boa companhia ao lado, com um pacotinho de pipoca e debaixo de um edredon quente.
A trilha sonora do filme é lindíssima, principalmente Someday, de John Legend, e Raise it Up, cantada por Jamia Simone Nash e Impact Repertory Theatre, um grupo de jovens afro-americana do Harlem, em Nova York. Essa segunda é tão bonita que concorreu ao Oscar em 2008.
Recomendo.
Teca Machado
Nenhum comentário:
Postar um comentário